Jovem Aprendiz se dedica aos desenhos em Tucuruvi

Jovem Aprendiz se dedica aos desenhos em Tucuruvi

Aos 19 anos, o jovem Paulo Henrique Viana divide seus horários entre o curso de frentista no Instituto Nacional de Desenvolvimento Social (Indesc) – unidade Tucuruvi, com os desenhos que faz durante suas horas vagas.

O gosto pela arte começou ainda no ensino médio, com as aulas de arte, mas ele confessa que nunca fez um curso específico de desenho ou de pintura. “A cada atividade que a professora pedia, eu me empolgava mais e me identificando bastante. Foi em uma destas atividades que descobri meu gosto pela fotografia também, conta.

A partir daí resolveu fazer tutoriais sobre traços de mangá, além de copiar imagens de animações japonesas e fotos que achava interessante. Ele conta que os desenhos são uma maneira de se expressar já que se considera um menino tímido.

Não sou muito bom com palavras e em relacionamentos interpessoais de imediato e muitas vezes acabo guardando algumas coisas para mim. Utilizo a arte para soltar isso para o mundo, inclusive com a fotografia e a música. O desenho me ajuda a focar nas aulas.”

Há pouco mais de um mês frequentando as aulas de frentista em Tucuruvi, onde ingressou pelo Programa Jovem Aprendiz, aliás, um dos diversos cursos disponíveis na unidade, Paulo Henrique diz que a inspiração aparece com as letras de músicas, a imagem feminina e até mesmo a arte drag.

Quando eu estava próximo de entrar no Ensino Médio, eu acreditava que não queria trabalhar com algo relacionado ao desenho, porém após meu curso técnico de processos fotográficos, descobri que tenho interesse pela área do design e da moda. Acho que irei acabar carregando esse hobby para um lado mais profissional”, diz Paulo.

Futuro

Em uma carta escrita de próprio punho, Paulo Henrique falou de suas pretensões futuras, em especial para o mercado de trabalho. Ele lembrou que espera adquirir cada vez mais conhecimentos e experiências para se sentir capacitado para o mercado de trabalho.

“Quero aprender muitas coisas, mas principalmente a lapidar minha comunicação e interação com os diversos tipos de corpos e seres. Pretendo me tornar mais responsável e menos ingênuo”, disse em sua carta intitulado Epiderme – Tudo que você vê.

Para ele, ter um objetivo na vida é sempre importante, mesmo sabendo que durante o caminho haverá mudanças, porém sabe que é preciso acreditar. “Considerando faz constantes mutações e evoluções que passamos ao longo do tempo, ter um objetivo para daqui dois anos me parece um pouco duvidoso, porém acredito que seria algo semelhante ao que desejo para minha vida, quer dizer, viver e ser livre para que consiga me expressar através da minha arte e conquistar o sucesso por meio disto.”

Sua poesia

A mais frágil

A mais fina

Exposta

É o que eu vejo

É o que todos vêem

Às vezes coberta,

Às vezes nua

É alvo

É barreira

Com poros e pintas,

Rasgos e lombadas,

Cicatrizes e estrias

É o que sou

É o que você é

Por Paulo Henrique Viana